Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) estão preocupados com a redução dos investimentos para as entidades

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Dirigentes e representantes dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) participaram da reunião da Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, nesta quinta-feira (21), no Congresso Nacional, e manifestaram aos senadores e deputados a preocupação das instituições com a redução dos investimentos por parte do poder público. Desde 2015, os investimentos em ciência e tecnologia, principalmente, o orçamento das instituições públicas que atuam no fomento à pesquisa, estão em declínio. O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), professor Ildeu de Castro Moreira, apresentou os números que comprovam essa queda dos recursos para o setor. “A falta de investimentos tem um impacto importante na economia brasileira. O orçamento para o ano que vem caminha para sofrer cortes”, salientou o dirigente. O vice-coordenador do programa INCT e representante da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, elencou as grandes conquistas alcançadas pela ciência brasileira por meio da pesquisa. Ele citou que recentemente o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) ajudou a Marinha Brasileira a descobrir a origem do vazamento do petróleo que atingiu as praias brasileiras.
Davidovich ressaltou que as instituições de ciência e tecnologia desenvolvem trabalhos científicos que fortalecem as fontes de recursos do país. “O programa INCT atua em áreas como ciências agrárias, engenharia de informação em ciências exatas e naturais, saúde e meio ambiente. Esses institutos são importantes para o desenvolvimento do país”, afirmou.
DESCOBERTAS PARA A MEDICINA – O professor Vanderlei Bagnato, do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), mostrou alguns resultados obtidos por meio de trabalhos de pesquisas. Bagnato apresentou casos de sucessos no tratamento de câncer de pele, úlceras em pé de pessoas com diabetes, câncer de colo de útero e outras doenças. Segundo o professor, o Brasil possui uma alta incidência de casos de câncer de pele. “Hoje são quase 350 mil casos identificados como câncer de pele e o SUS (Sistema Único de Saúde) não consegue enfrentar essa doença se não for com o uso da tecnologia”, disse Vanderlei Bagnato. A geneticista Mayana Zatz, do Instituto de Biociências da USP, apresentou estudos realizados sobre o envelhecimento, tratamentos a custos inacessíveis e pesquisas com o vírus Zika que utilizaram novas ideias e novos tratamentos. A pesquisadora e professora da USP reforçou que é necessário que haja investimentos suficientes para que o Brasil siga avançando com as descobertas relevantes para a medicina.
Reunião da Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação. Foto | William Sant’Ana
FUSÃO ENTRE CNPQ E CAPES – Durante a reunião, o presidente da Frente Parlamentar Mista, senador Izalci Lucas (PSDB/DF) reafirmou a posição contrária do grupo de parlamentares quanto a uma possível fusão entre o CNPq e a CAPES. “Nós somos contra a proposta do governo. As duas instituições, além de contribuir para o fomento à pesquisa, contribuem para o desenvolvimento do Brasil gerando, inclusive, impacto na nossa economia”, justificou o senador. O presidente do CNPq, João Luiz de Azevedo, informou aos presentes que o governo criará nos próximos dias uma comissão para elencar as atribuições de cada instituição para avaliar como pode ser feita a fusão. O vice-presidente da Frente Parlamentar Mista, deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), reforçou que o conhecimento quando é aplicado em prol do desenvolvimento influencia no crescimento econômico. “Quem possui conhecimento detém as maiores e melhores oportunidades. Nesse cenário de rápidas e constantes mudanças, nós temos que nos tornar competitivos. Não é fácil competir com os EUA, a Inglaterra, o Japão, a China e a Coréia”, disse o parlamentar. Ao final da reunião, o presidente da Frente anunciou que irá solicitar uma audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para apresentar os excelentes resultados e avanços que o Brasil obteve por meio da pesquisa em ciência, tecnologia e inovação.
“Vamos mostrar ao governo que temos um enorme potencial nessas áreas e que precisamos aumentar os recursos e não reduzir como vem ocorrendo nos últimos anos”, finalizou Izalci Lucas.
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